The Drums (2010)

Sergio de Souza
3 min readAug 26, 2020

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Uma pequena resenha — faixa a faixa — de um dos melhores álbuns que ouvi em 2010. The Drums, album homônimo. Nas primeiras audições, não gostei do disco, mas aos poucos ele foi me conquistando. As letras versam sobre amores perdidos, relacionamentos, romantismo descarado ( Down By the water) e morte (My best friend).

My Best Friend

A primeira impressão é que eles estão usando a tecnologia de forma tosca para parecer anos 80. E estão. Bateriazinha e baixo sequenciado hiper “datados”. Guitarrinha à la New Order. A morte é o terma: “Você foi meu melhor amigo. Mas, então, você morreu”.

Me and the Moon

Tem um quê de outras bandas que emulam os 80 como os Killers. Comparam-no aos Smiths, mas acho que me lembram mais os Cocteau Twins em certos momentos.

Let´s go surfing

As canções são redondinhas e agradáveis. Aqui aparece pela primeira vez o elemento surf music nas harmonias vocais e nas guitarras. Segundo o vocalista Jonathan Pierce, essa não é uma canção sobre surf em si, mas “é mais sobre o espírito por trás do surf”.

Book of Stories

Essa é uma daquelas que poderia levar o rótulo de perfect pop song. No estilo daquelas bandinhas da class of 86 da Creation. Ensolarada, mas encharcada de melancolia e vocaizinhos à Beach Boys.

Skippin’ town

De novo a lembrança dos Cocteau Twins. As guitarras por vezes lembram os Felt. Os refrões dos Drums são sempre matadores.

Forever and ever amen

O clima oitentista é total. Esse refrão é puro New Order. E a guitarra totalmente chupada de Bernard Sumner. Esse é um disco para a geração John Hughes.

Down by the water

Baladinha anos 50 onde o vocalista Jonathan Pierce se derrama dramaticamente.

It will all end in tears

Aqui a lembrança vai para o Cure. Cortesia de Jonathan Pierce. Grande canção.

We tried

Esses caras devem ter passado a adolescência tirando as linhas de guitarra do New Order, Cure e das bandinhas da Creation. O bom é que eles pegaram o jeito. E as vocalizações à Beach Boys aparecem de novo.

I need fun in my life

Esse é um disco quase sem acordes, mas feitos de linhas e arpejos de guitarra. Os guitarristas podem se tornar grandes guitarristas, se começarem a trabalhar um estilo, digamos, mais “pessoal”…

I’ll neve drop my sword

Violões e guitarras dedilhadas entrelaçados pela primeira vez no disco. Talvez por algumas melodias justifique a comparação aos Smiths. Falta-lhes um Morrissey. Mais ainda, falta-lhes um Marr. O segredo das bandas que dominam o mundo: vocalistas carismáticos (Morrissey, Michael Stipe, Bono) + guitar heroes geniais (Marr, Buck, Edge). Será que dá para o the Drums?

The future

Despedida em grande estilo. Fantasmas do The Cure e Joy Division permeiam a canção. Sim, Jonathan Pierce é um grande vocalista e the Drums é uma boa surpresa. Que eles superem a síndrome do segundo disco, que fez sucumbir até grandes bandas como os Stones Roses. Torço por eles…

Ps.: Meus álbuns favoritos de 2010:
High Violet — The National
The Drums- The Drums
Le noise — Neil Young
The Suburbs — Arcade Fire
Reimagine Gershwin — Brian Wilson

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Sergio de Souza
Sergio de Souza

Written by Sergio de Souza

Trabalho com produção de conteúdo textual. Brinco de traduzir The Red Hand Files.

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