Semana Santa, Quarta-feira

Sergio de Souza
2 min readMar 31, 2021

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Imagem: “Última ceia”, Pascal Dagnan-Bouveret

Judas está novamente no centro da liturgia. O trecho do evangelho de hoje apresenta a radiografia da alma de um homem que se deixa vencer pela tentação e está decidido a ir até o fim na senda da corrupção. Estamos também diante do mistério da liberdade. Todas as chances foram oferecidas a Judas e ele as foi renegando, uma a uma.

A salvação e a perdição são alcançadas mediante decisões radicais. Judas está disposto a levar em frente o seu propósito escuso; Jesus está com o “rosto duro” e com o coração pronto para ir até o fim por amor à liberdade humana.

Amor e liberdade estão unidos por um mistério terrível e maravilhoso. São amantes inseparáveis. A liberdade contém em si o mistério da iniquidade: o amante é livre para abandonar a casa do amor; o filho é livre para pedir sua herança e partir para uma terra distante da casa paterna…

O Amor, no entanto, é fiel. Irá até a oblação de si mesmo pelo bem da liberdade. Deseja ardentemente comer a Páscoa conosco.

A Páscoa é a festa do amor e da liberdade. Tenho sempre repetido por aqui: a vida cristã é um imenso exercício de liberdade. Jesus morreu e ressuscitou para nos libertar. Aprender a ser homem, adulto, livre é a tarefa de todo batizado. Existe homem mais livre do que aquele que diz: “Ninguém toma a minha vida, eu a dou livremente”? Não há santidade que não passe por esse caminho pascal.

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Sergio de Souza
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Written by Sergio de Souza

Trabalho com produção de conteúdo textual. Brinco de traduzir The Red Hand Files.

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