Para entender melhor Elvis Costello

Sergio de Souza
4 min readDec 16, 2018

--

por Felipe Hirsch

Um guia para iniciantes em Elvis Costello:

“MY AIM IS TRUE” (1977) — Disco de canções punks maravilhosas. Várias clássicas. “Alison”, “Less than zero”, “Watching the detectives”.

“THIS YEAR’S MODEL” (1978) — Já com o Attractions, um disco mais intenso, punk, sujo, mas que vai se tornar um de seus preferidos. “No action”, “Pump it up”, “I don’t want to go to Chelsea”.

“ARMED FORCES” (1979) — Pop, com pérolas incríveis. “Oliver’s Army”, “What’s so funny about peace, love and understanding?” (com Nick Lowe).

“GET HAPPY!!” (1980) — O disco da minha juventude. Vinte faixas rápidas e inacreditáveis. “Love for tender”, “New Amsterdam”, “High fidelity”.

“TRUST” (1981) — Canções para Big Band em um clube pequeno. “Clubland”, “Lover’s walk”.

“IMPERIAL BEDROOM” (1982) — Timbres, melodias e arranjos originalíssimos. Para muitos, sua obra-prima. “Beyond belief”, “Almost blue”.

“PUNCH THE CLOCK” (1983) — Acho que foi o primeiro vinil que comprei dele. Parcerias com Chet Baker, “Shipbuilding”, e um de seus maiores sucessos: “Everyday I write the book”.

“GOODBYE CRUEL WORLD” (1984) — Disco complicado. Separação de sua primeira mulher. Só uma ou duas grandes músicas: “The only flame in town” e “The Comedians”, gravada pelo Roy Orbinson depois. No encarte da remasterização, EC dizia: “Parabéns! Você comprou o meu pior disco!”

“BLOOD AND CHOCOLATE” (1985) — Vai demorar pra você gostar. Gravação tosca, ao vivo no estúdio. Tem “I want You”.

“KING OF AMERICA” (1986) — Delicado. Sem o Attractions. Poucas vezes EC cantou tão bem. “Brilliant mistake”, “I’ll wear it proudly” (que o Radiohead andou tocando), “Poisoned Rose”.

“SPIKE” (1989) — Mudou minha cabeça. É o primeiro disco dele na Warner, por isso a capa citando “That’s all folks”, e por isso a referência a Spike Jones, arranjador genial que também fazia trilhas para desenhos. Músicos incríveis. Marc Ribot etc. Foi tão importante quanto, sei lá, John Fante, pra muitos. “Let him dangle”, “God’s comic”.

“MIGHTY LIKE A ROSE” (1991) — Quase uma continuação do “Spike”. É ótimo também. Dá sequência às composições com Paul McCartney. Algumas entram nos seus discos, outras nos do Macca. “Hurry down doomsday”, “So Like Candy”.

“THE JULIET LETTERS” (1993) — Sempre flertando com outras praias, EC fez um disco baseado nas cartas mandadas até hoje pra Julieta de Shakespeare em Verona. Todo cantado com um quarteto de cordas.

“BRUTAL YOUTH” (1994) — O retorno do Attractions. Com um grande disco. Letras sensacionais. “Pony St.”, “London’s Brilliant Parade”.

“ALL THIS USELESS BEAUTY” (1996) — Nesse disco ele grava músicas que compôs para outros artistas. Por isso o disco não tem unidade. Mas isso não consegue tirar a beleza das músicas. “The other end of the telescope”, “I want a vanish”.

“PAINTED FROM MEMORY” (1998) — Outro movimento genial. Quando o mundo quase tinha esquecido Burt Bacharach, lá estava EC com este disco lindo. Todo em parceria. Clássico. Nunca ele cantou tão bem. “Toledo”, “God give me a strenght”.

“WHEN I WAS CRUEL” (2002) — Com os Imposters, um disco intenso, nervoso e belíssimo. Arranjos estranhos e originais. O disco da separação de Cait O’Riordan, baixista do Pogues com quem EC foi casado por 15 anos. Ele diz isso cantando demais em “15 petals”. “45”, “Spooky girlfriend”.

“NORTH” (2003) — EC compôs em casa. Usou propositalmente o piano que Diana Krall, sua nova esposa, toca. Melhora quanto mais você ouvir. O problema é conseguir. Doce demais. “You left me in the dark”, “Someone took the word away”.

“THE DELIVERY MAN” (2004) — No estilo Lucinda Williams e Emmylou Harris (que cantam no disco) e dedicado a Johnny Cash. Com timbres sujos, baladas dissonantes, melodias originais. “Button my lip” e a indicada ao Oscar “The scarlet tide”.

“THE RIVER IN REVERSE” (2006) — Composto com Allen Toussaint na sombra da devastação de New Orleans pelo Katrina. Tão espetacular que a dupla estendeu a parceria ao programa “Spectacle”. “On your way down”, “Broken Promisse Land”.

“MOMOFUKU” (2008) — Dedicado a Momofuku Ando, inventor dos Cup Noodles. Outra obra-prima dos Attractions. Gravado praticamente ao vivo. “No hiding place”, “Turpentine”, “Stella Hurt”.

“SECRET, PROFANE & SUGARCANE” (2009) — Parece a primeira parte de uma trilogia não acabada. Há muito EC não flertava tanto com o folk. Seu sucesso nos EUA o levou a relembrar seu antigo amor por Nashville. “Hidden Shame”, “Sulphur to sugarcane”, “Down among the wine and spirits”.

“NATIONAL RANSOM” (2010) — Segunda parte da trilogia, EC parte desse disco para sua tour “The return of the spectacular spinning songbook!”. Tem joias como “A slow drag with Josephine” ou “Jimmie standing in the rain”.

Discos ao vivo, Eps, singles, coletâneas de B-sides e covers de clássicos ficaram de fora.

Leia mais: https://oglobo.globo.com/cultura/pop-cult-98-6826158#ixzz4kZ6X3Gxl
stest

--

--

Sergio de Souza
Sergio de Souza

Written by Sergio de Souza

Trabalho com produção de conteúdo textual. Brinco de traduzir The Red Hand Files.

No responses yet