Fleet Foxes, “Shore” (Robin Pecknold)

Sergio de Souza
12 min readOct 12, 2020

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Texto escrito por Robin Pecknold, cantor e líder do Fleet Foxes, escrito para a apresentação do novo álbum da banda, “Shore”. O texto foi disponibilizado na conta do Scridb da Pitchfork News, Alguns trechos de tradução foram retirados desta publicação do Trabalho Sujo: “Fleet Foxes na mudança da estação”. O resto foi traduzido por mim. Perdoem minha limitação para traduzir. Tenho traduzido todos os textos sobre música ou de músicos que admiro (como as respostas de Nick Cave que você tem encontrado aqui). Esse texto de Pecknold é belíssimo e instigante porque mostra todo o entusiasmo e dedicação de um artista na confecção completa de um álbum, fato raríssimo em nossos dias, nos quais o disco (o álbum completo) está se extinguindo e dando lugar, nas plataformas de streaming, à audição de músicas soltas e playlists. E os artistas têm entrado na onda. Para mim, que sou da época em que se ouvia música como se celebra um culto, com certa liturgia e tranquilidade (encarte na mão, letras e ficha técnica diante dos olhos, a capa do álbum para viajar nos trechos instrumentais, talvez uma resenha na Bizz, etc), essa fragmentação e frenesi para ouvir música são quase inaceitáveis. “Precisamos reaprender a ouvir os álbuns do início até o fim, submergir naquele universo do disco, ignorar o botão de skip, se dedicar a um disco como a gente se dedica a um filme” (Ricardo Alexandre)

Vida longa à Robin Pecknold!

Capa de “Shore”

Vamos ao texto:

Olá,

Estou muito animado por anunciar que o quarto álbum do Fleet Foxes, "Shore", quinze canções em cinquenta e cinco minutos, será lançado na íntegra em 22 de setembro, no equinócio de outono. Se você tivesse me perguntado em abril passado, vendo o mundo ser reorganizado e com um álbum pela metade em um disco rígido no meu armário, eu teria lhe dito que o disco provavelmente nunca sairia. Portanto, é uma alegria enorme que tudo tenha acontecido da maneira que se deu e de que possamos compartilhá-lo logo esteja concluído.

COMPOSIÇÃO

Comecei a escrever "Shore" em setembro de 2018, logo no final da turnê de 170 shows do último álbum do Fleet Foxes, "Crack-Up". Estou muito orgulhoso desse disco e da turnê que pudemos elaborar em torno dele, mas viver tanto tempo dentro das composições densas do "Crack-Up", e fazer turnês estafantes, deixou-me num dilema: eu não queria fazer outra longa pausa na música; realmente queria trabalhar e me sentir útil, mas precisava encontrar uma maneira nova e empolgante de fazer música, se quisesse ir direto para algo grande e ambicioso de novo. Eu me peguei ouvindo mais Arthur Russell, Curtis Mayfield, Nina Simone, Michael Nau, Van Morrison, Sam Cooke, The Roches, João Gilberto, Piero Piccioni, Tim Bernardes, Tim Maia, Jai Paul e Emahoy Tsegué-MaryamGuèbrou — música que ao mesmo tempo é complexa e elementar, “sofisticada” e humana, propulsionada ritmicamente, mas melodicamente suave. Eu fazia playlists de centenas de músicas calorosas para mergulhar e fazia disso um rito o máximo que pudesse todos os dias, mantendo apenas as melhores peças que surgissem de onde quer que venham as melodias e as idéias musicais. Depois de todos esses anos, ainda não sei direito, e é isso que o mantém tão interessante.

Queria fazer um álbum que celebrasse a vida diante da morte, homenageando explicitamente nossos heróis musicais perdidos nas letras e levando-os comigo musicalmente, comprometendo-me a viver de maneira plena e vibrante, de um modo que eles já não podem fazer, e talvez não pudessem mesmo quando estiveram conosco, apesar da alegria que trouxeram a tantos. Queria fazer um álbum que fosse um alívio, como os dedos dos pés que finalmente tocam a areia da praia depois de serem pegos por uma correnteza. Queria que o álbum existisse em um espaço atemporal, habitando futuro e passado, dando acesso ao espiritual ou ao pessoal, algo inatingível, independente do estado do mundo nos tempos e momentos em que estejamos vivendo. Vejo “Shore” como um lugar seguro à beira das incertezas, olhando para as ondas de (Walt) Whitman recitando “morte”, tentado pela aventura do desconhecido, ao mesmo tempo em que se está provando o conforto da terra firme. Foi nesta mentalidade que encontrei o combustível para fazer este álbum.”

Robin Pecknold

INICIANDO A GRAVAÇÃO

Depois de um ano consistente de composição, incluindo uma viagem de um mês para compor, na zona rural de Portugal, onde dei início à feitura de uma série dessas canções, comecei a gravar em setembro de 2019, no incrível estúdio "Long Pond", de Aaron Dessner, no interior do estado de Nova York. Abrir as portas do estúdio e ouvir o zumbido das cigarras ao fim do verão, as garças aninhadas e as brisas passageiras, enquanto gravava minhas demos pela primeira vez, foi uma bela e inacreditável experiência. Sou muito grato a Aaron por permitir-nos usar seu espaço. Esta foi a primeira sessão do disco e minha primeira vez trabalhando com Beatriz Artola, a incrível engenheira de gravação e mixagem. Foi algo maravilhoso: Beatriz e eu continuamos a trabalhar juntos no álbum - não houve um dia de gravação em que ela não estivesse presente, algo inédito em minha experiência de estúdio com colaboradores. Beatriz é uma pessoa muito inspiradora. Ela incorpora uma rara combinação de domínio técnico, ética, trabalho ininterrupto, positividade consistente, produtividade e aptidão; e eu tive muita sorte de poder fazer música com ela. O incrível quarteto de sopros "The Westerlies" (Andy Clausen, Chloe Rowlands, Riley Mulherkar e Willem de Koch) também contribuiu para as gravações em Long Pond, adicionando belos arranjos de sopros e toques ao que eram então esboços de canções mal-acabadas. Foi um pouco como colocar arremates em um edifício onde só havia a moldura, e sua contribuição me deu ânimo para continuar a gravação. O grande baterista Joshua Jaeger também nos ajudou a mapear os ritmos das canções e proporcionou-nos direcionamento espiritual e um aumento no nível de energia. Obrigado, Josh!

De Long Pond, eu e Beatriz viajamos para a França para uma breve sessão no Studios St. Germain. Foi só para matar um pouco do desejo do "rato de estúdio-mor" aqui, e, portanto, mais uma concessão prática, mas também significou que pudemos gravar com a inacreditável Uwade Akhere, a vocalista que canta em"Wading In Waist-High Water", bem como em "Can I Believe You" e "Shore". Ela estava estudando em Oxford na época e fez a gentileza de pegar o trem para a França para um dia de gravação conosco. Eu amo absolutamente a sua voz e estou muito honrado tê-la na abertura do o álbum. Entre os takes, ela explorava o estúdio, tocando piano e violão, cantando com graça e destreza as canções dos Beatles e nos surpreendendo. Conseguimos mandá-la de volta a Oxford munida de algumas gravações de covers. Foi um ótimo dia de estúdio, o melhor pudemos fazer.

Eu sempre quis trabalhar no estúdio Electro-Vox, de Woody Jackson em Los Angeles, desde que o visitei, há alguns anos atrás. Então viajamos da França para lá, instalando-nos finalmente no Vox entre grande parte de novembro de 2019 a março de 2020, alternando-nos entre os dois quartos construídos na ocasião. A coleção de equipamentos e instrumentos de gravação de Woody é, na minha opinião, a melhor do mundo. Pudemos usar o kit de bateria usado nas turnês de Frank Sinatra, o vibrafone tocado em "Pet Sounds", todos os grandes modelos de todas as grandes guitarras e baixos jamais produzidos, tambores de templo Mahayana, tambores taiko, um protótipo de Orchestron, congas tratadas, o órgão que pertenceu a Fela Kuti, cravos elétricos Baldwin... A lista é interminável. O álbum não seria o que é se não tivesse sido feito principalmente na Vox; então, muito obrigado a Woody e, claro, a Michael Harris e Chris Cerullo, a incrível equipe interna de produção/engenharia da Vox, por tudo.

O Vox também foi onde passamos duas semanas trabalhando com Christopher Bear, baterista/compositor/percussionista/instrumentista non plus ultra, um artista que sempre admirei e com quem sempre quis, de alguma forma, trabalhar. Gravar com Chris foi um sonho, uma experiência divertida, e ele acabou contribuindo com sua bateria e percussão em grande parte do álbum. Obrigado, Chris, pelo seu talento e graça!

CONFUSÃO, PANDEMIA, CONCLUSÃO

No final de fevereiro de 2020, eu estava um pouco perdido em relação ao disco. Já tinha a maior parte do álbum mapeado e muitas contribuições maravilhosas de outros artistas comprometidos com o trabalho, mas por alguma razão, ainda não havia escrito uma única letra com a qual me sentisse confortável. Ainda escreveria e descartaria muitos trechos de letra, tentando sem conseguir encontrar o ponto de vista lírico que combinaria ou ampliaria o mundo musical que estava construindo. Algumas das canções estavam musicalmente bem acabadas, mas outras permaneciam bem confusas ou incompletas, e eu estava na posição nada invejável de ter que escrever novas músicas no estúdio, o que é sempre mais estressante e tenso do que escrevê-las em casa. Continuei trabalhando diligentemente por esse caminho simples até chegar o dia em que Michael Harris entregou-me uma máscara N-95 e disse: “O Coronavirus está vindo para a América!” e tive que rapidamente traçar novos planos.

Deixei o Vox prematuramente (todas as minhas guitarras ainda estão lá) e voltei para Nova York, sabendo que provavelmente um bloqueio estava para chegar e que Beatriz, que vive em Nova York, não poderia viajar para as próximas sessões, que poderíamos ter de fazer. No entanto, por três meses, enquanto o mundo mudava diante de nossos olhos, nada mais aconteceu a não ser manter-me abrigado, participar de marchas de protestos e o que mais tivemos que passar juntos.

Em junho, comecei a fazer passeios de quarentena de um dia inteiro pelo interior do estado de Nova York, entre 8h e 20h, sem nenhum destino em mente, e sem sair do carro, exceto para abastecer. Nessas longas viagens, as letras que eu havia procurado o ano todo começaram a chegar, aparentemente do nada. Eu as recitava no meu celular e as anotava em estacionamentos; e depois de três ou quatro semanas, ao contrário do acontecera até então , eu tinha letras para quinze canções. Não pude acreditar. Munido de palavras que correspondiam à música, finalmente consegui terminar o álbum.

Beatriz garantiu-nos um espaço para continuar trabalhando em julho e agosto - “The Diamond Mine” -, em Long Island City. Isso acabou sendo uma bênção em muitos aspectos, já que fui devidamente apresentado a Homer Steinweiss e Paul Spring da banda Holy Hive, que tornaram-se rapidamente amigos e colaboradores de uma maneira que jamais poderia imaginar. Homer acabou contribuindo com incríveis performances de bateria para quatro canções do álbum, e Paul trouxe-nos uma audição encorajadora, mas construtiva às “rough mixes”, à medida em que elas iam se juntando ao processo. Gravar no “Diamond Mine” em julho e agosto foi bárbaro, maravilhoso, encantador. O calor alucinante de New York na alta temporada retinindo, dando a sensação de finalmente chegar ao termo de algo de maneira ainda superior à que eu esperava. Verificava menos o noticário, mas sentia-me de alguma forma mais conectado ao mundo real, fazendo novos amigos e encontrando novas comunidades. Lembro-me de muitas noites quentes na cobertura do estúdio, assistindo Manhattanhenge (o solstício de Manhattan) ou observando passar uma tempestade de verão, sentindo-me pleno de eletricidade e potência como há anos não sentia.

Eu e Beatriz também fizemos neste tempo alguns vocais e overdubs no incrível “Electric Lady Studios” — meu muito obrigado Lee Foster por abrir suas portas para nós em nosso momento crítico. Não poderíamos ter terminado isto sem você.

ALGUNS PENSAMENTOS

Desde o sucesso inesperado do primeiro álbum do Fleet Foxes há mais de uma década, passei mais tempo do que estou feliz em admitir em um estado de constante preocupação e ansiedade. Preocupado com o que deveria fazer, em como será recebido o que eu fizer; preocupado com a movimentação de outros artistas, em qual seria o meu lugar entre eles; preocupado com minha voz e com minha saúde mental nas longas turnês. Nunca me permiti curtir esse processo tanto o quanto poderia, ou tanto quanto deveria. Tive muita sorte de muitas maneiras na vida, muita sorte de nascer com a semente dos talentos que cultivei e de ter tido tantas experiências inacreditáveis. Talvez, com a sorte, às vezes venha a culpa.. Sei que assimilei bem as dificuldades que encontrei , reais ou imaginárias, como uma forma de moderar inconscientemente toda essa inacreditável sorte que tive.

Em fevereiro de 2020, eu estava novamente consumido pela preocupação e ansiedade acerca do término deste álbum. Mas desde março, com a pandemia fora de controle, vivendo em um estado falido, assistindo e participando de uma onda de protestos e marchas contra a injustiça sistêmica, a maior parte da minha ansiedade em torno do álbum desapareceu. Parecia algo muito pequeno perto do que estávamos todos experimentando juntos. Em vez dela, (ansiedade) veio uma gratidão, uma alegria por ter tempo e recursos para me dedicar à fazer som e uma perspectiva diferente sobre o quão importante ou não seria a minha música no grande esquema das coisas. A música é, ao mesmo tempo, o mais não-essencial e o mais essencial. Não precisamos dela para viver, mas não poderia imaginar a vida sem ela. Era um grande presente não carregar mais nenhuma preocupação ou ansiedade acerca do álbum, diante de tudo o que estava acontecendo. Pode demorar um ano para voltarem as turnês, as carreiras musicais podem não ser o que eram antes. Pode ser, mas a música continua sendo essencial. Essa reformulação foi outro golpe de sorte inesperado do qual fui um destinatário indigno. Pude assumir completamente o controle e ver o álbum caminhar muito melhor do que imaginava, com a ajuda de tantos colaboradores incríveis, seguro, coberto de sorte e em um novo estado de espírito.

O FUTURO

Desde o início, Fleet Foxes englobou duas facetas: os álbuns de estúdio e o show ao vivo. Os álbuns de estúdio sempre foram predominantemente meu trabalho e minha visão; eu sempre lidei com todas as composições, a maioria dos vocais e harmonias, e a maior parte da gravação da instrumentação, geralmente trabalhando próximo de alguma outra pessoa, um produtor ou colega de banda, trabalhando no álbum até a conclusão. Isso é tão verdadeiro agora quanto há uma década. Além disso, tive a sorte de participar da grande aventura de longas turnês mundiais com uma equipe bastante consistente de colaboradores que amo e respeito. E como não poderíamos colaborar “ao vivo” em um futuro próximo, começamos a experimentar escrever músicas juntos, de uma forma como nunca fizemos antes na história da banda. Para 2021, esperamos ter mais nove canções prontas, para aumentar essas quinze atuais . Essas canções serão co-escritas desde o início com Morgan Henderson, Skyler Skjelset, Casey Wescott e Christian Wargo, numa tentativa de fazer bom uso desse tempo prévio sem uma longa turnê a ser cumprida. Estou incrivelmente animado para ver até onde essas músicas vão nos levar e espero que, quando terminarem, sejamos capazes de trazer tudo isso para as multidões ao redor do mundo de uma forma ou de outra.

Eu sinceramente espero que você goste de ouvir “Shore” tanto quanto nós gostamos de fazê-lo. Tratei-o como se fosse o último grande álbum que tento fazer, não porque o será, mas porque não podemos prever o futuro e não quero deixar gasolina no tanque. Obrigado pelo seu apoio ao longo dos anos e aproveite.

AGRADECIMENTOS

Brian Wilson: Muito obrigado por nos deixar samplear os pequenos trechos de voz que usamos em “Cradling Mother, Cradling Woman”. Os trechos são de um clip de gravação de overdubs vocais em“Don’t Talk (Put Your Head on My Shoulder)” de um Box com gravações do “Pet Sounds”. Quando adolescente, eu ouvia esse clipe por horas a fio, maravilhado com o que você estava construindo apenas com sua voz. Esse clip, mais do que qualquer outra música, mudou completamente e guiou minha vida. É uma honra tremenda que esses pequenos ecos apareçam em uma música que é, em si, uma odisséia de overdubs influenciada por seu trabalho. Obrigado!

Kersti Jan Werdal: obrigado, obrigado, obrigado por gravar um filme Super-16mm inteiro, de 55 minutos, em um MÊS, para acompanhar o lançamento do álbum. Suas imagens capturadas no estado de Washington são incríveis e o perfeito acompanhamento minimalista para meu álbum às vezes denso e maximalista. Obrigado por trabalhar tão duro e ter uma visão tão clara.

Meara O’Reilly: obrigado por contribuir com arranjos vocais e performances incríveis para “Jara”, “A Long Way Past the Past”, “Cradling Mother, Cradling Woman” e “Shore”. Ninguém nunca fez arranjos vocais como Meara e é uma honra ter essas peças presentes em “Shore”.

Tim Bernardes: Obrigado por cantar em português de forma tão bonita. Sou um grande admirador do seu trabalho e espero que possamos colaborar mais vezes no futuro. É uma honra !

Daniel Rossen: obrigado por contribuir com a instrumentação para o clímax final de “Cradling Mother, Cradling Woman”. Eu sou um grande fã desde os dias de “Yellow House” (segudo álbum da banda de Rossen, Grizzly Bear) e é uma honra surreal ter você contribuindo com este álbum. Obrigado por ser um grande amigo ao longo dos anos, e amo muito sua nova música.

Kevin Morby: muito obrigado por cantar comigo em “Sunblind”. Você é um dos grandes e um grande amigo e colega.

Marta Sofia Honer: obrigada por contribuir remotamente com violino e viola em “Cradling Mother, Cradling Woman”! Espero sinceramente que possamos fazer uma sessão completa juntos algum dia.

Michael Bloch: obrigado pelos belos toques de guitarra clássica que você adicionou a “Featherweight”! Você é um músico incrível e foi uma alegria tê-lo no estúdio.

Hamilton Leithauser, Georgiana Leithauser, Frederika Leithauser, Juliet Butters e Faye Butters: Hamilton, obrigado por reunir o coro infantil ad hoc perfeito para cantar um pouco em “Wading In Waist-High Water” e “Young Man’s Game”! É uma honra tê-los no álbum e uma honra que você tenha feito isso acontecer. Muito obrigado.

Há muito mais pessoas a agradecer, mas vou guardar para o encarte. Fiquem bem, sejam bons uns com os outros, sejam gentis com vocês mesmos e, por favor, votem!

Com amor,
Robin Pecknold
10 de setembro de 2020
Cidade de Nova York

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Sergio de Souza
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Written by Sergio de Souza

Trabalho com produção de conteúdo textual. Brinco de traduzir The Red Hand Files.

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